_Como surgiu a ideia do Multiplicidade?

Este nome Multiplicidade é autorreferencial, e eu sou um reflexo profissional e espiritual desta avalanche de informações. Eu amo a rabeca e a pick-up, a bossa nova e o break-beat, o lápis e a internet. É sério, venero de paixão toda essa multiplicidade.A proposta vem ao encontro de um desejo pessoal artístico: abrir um espaço para unir imagem e música através da tecnologia. A ideia era propor uma plataforma cultural contemporânea com regularidade, para formar público e fomentar a produção de conteúdo digital, e isso vem acontecendo claramente com os nossos 15 anos de existência. Já havia visto diferentes formatos de festivais na Europa — Sónar, Ars Electronica, Netmage, Transmediale, Mapping, etc. O desafio, no Rio, seria formatar algo com originalidade. O Festival tem o compromisso de acontecer no segundo semestre do ano, com um repertório plural com muitos sotaques, nacionais e internacionais, sem classificações óbvias do universo eletrônico,construindo um encontro singular e inusitado entre imagem e som.

Qual a sua formação e qual sua trajetória?

Sou um curador com uma formação transversal, transdisciplinar.Aliás, sempre me estimulei pelo prefixo “trans” porque me lembrava a palavra “transformação”. Estudei comunicação visual e fui parar na indústria audiovisual, TV e cinema, por 10 anos, onde em seguida tive uma formação estendida com uma bolsa na Europa no campo das artes visuais. Eu sou um “remix” destes tempos atuais. Ou melhor dizendo, um antropófago aglutinando informações das coisas que vejo nos festivais, ou nos links e pacotes enviados pelos artistas interdisciplinares que planejam participar do festival. Tenho uma curiosidade que não cabe em mim, e isso me instiga a enxergar as belezas, mesmo aquelas que a princípio desprezo. O Festival Multiplicidade é um projeto de que adoraria participar um dia como artista, mas tive a oportunidade e o privilégio de propô-lo quando surgiu o primeiro centro de arte e tecnologia no Rio de Janeiro. Nascemos junto com o espaço cultural Oi Futuro, e posso dizer que crescemos juntos.

NONOTAK_2014

Onion Skin,Olivier Ratsi(ANTIVJ)_2013

WHEN SAINTS GO MACHINE_2014

Onion Skin,Olivier Ratsi(ANTIVJ)_2013

clipping na imprensa
nacional e internacional

ARCHIMEDES,DAEDELUS_2013

OI FUTURO

O Festival Multiplicidade nasce em 18 de maio de 2005 na mesma semana de inauguração do 1º centro de arte e tecnologia do Rio de Janeiro, o Oi Futuro Flamengo-RJ. As novas unidades do Oi Futuro Ipanema-RJ e Oi Futuro BH tambem foram inauguradas com performances programadas pelo Festival Multiplicidade. Tanto no Oi Futuro Rio de Janeiro como no Oi Futuro Belo Horizonte, o público pode participar também do encontro entre o passado, o presente e o futuro, no Museu das Telecomunicações, que explora os mais avançados recursos tecnológicos para contar, em uma experiência interativa, a história da comunicação humana no Brasil e no mundo. Pierre Lévy, David Lachapelle, Gary Hill, Orlan, Michel Chevalier, Gilberto Gil, Chelpa Ferro, Cao Guimarães, Wally Salomão, Daniel Senise e Marcos Chaves são alguns dos artistas que já se apresentaram no Oi Futuro.

www.oifuturo.org.br/cultura

A Escola de Artes Visuais do Parque Lage é um dos mais importantes centros de formação artística contemporânea do Brasil nas últimas décadas. Importantes gerações de artistas se formaram e deram aula neste espaço. Como grande centro de vanguarda artística o espaço privilegiado entre a mata atlântica e um casarão de 1920 é uma grande referência para festivais com programações investigativas. O Festival Multiplicidade a 4 anos ocupa plenamente o Parque Lage desde o casarão histórico como a exuberante natureza com performances, mappings, filmes, shows, exposições, site-specifics, workshops, etc.

www.eavparquelage.rj.gov.br

O Festival Multiplicidade começou há 3 anos um diálogo transversal na história do Planetário do Rio de Janeiro. Espaço referência para pesquisas astronômicas abriram as portas pela primeira vez para pesquisas avançadas no campo do FULLDOME e arte digital. O Festival Multiplicidade e o Planetário Rio numa parceria inédita vem unindo pesquisas em torno da "ciência & arte" com audições e projeções de mapping na 3ª maior cúpula esférica (domo) do mundo. Após essa parceria, vieram outras como Galpão Bela Maré, Galpão das Artes da Maré, Armazém da Utopia, IAB, Fundição Progresso, Circo Voador, entre outros

www.planetariodorio.com.br





MANIFESTO DO FESTIVAL MULTIPLICIDADE 2025_ANO 20

Estamos felizes em estar aqui no ano de 2025 em plena atividade, uma trajetória inimaginável para aqueles que pensaram a vida somente no plano real. O Festival Multiplicidade nunca teve dúvidas que tudo mudaria para melhor, porque nós não vemos diferença entre o real e o virtual, o natural e o eletrônico, entre o novo e o antigo, pois sabemos que estas questões convivem juntas, em harmonia e se complementam.

Gastamos 99% do nosso tempo com devaneios e o 1% restante, utilizamos para resolver todas as burocracias e chatices de nosso dia-a-dia. Nós fomos e somos intuitivos, e pensamos o mundo na 1ª pessoa do plural.

Por isso estamos aqui em 2025, em nosso 20º ano, afirmando nossos principais eixos universais, mas principalmente reforçando a plataforma artística transversal que construímos e que valoriza as experimentações artísticas totais, com linguagens livres, híbridas e avançadas.

O festival ao longo destes 20 anos de existência deixa como legado norteador algo muito simples: que há arte na vida.

E mais, reforça que as duas, arte-vida, nunca podem andar desgrudadas. Arte é o alimento de nossas almas, é o eco de nossas mentes, é o caminho para soluções impensáveis. Contribui na construção de uma sociedade mais humana, mais consciente, mais ética, mais gentil, mais feliz, mais crítica, mais criativa e muito mais legal.